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Este blog é um trabalho da disciplina "Núcleo Temático: Cidade e Segregação" do curso de graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Buscamos refletir e debater o tema condominio.

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Resenha: condominio fechados e gated communities: uma discurssão conceitual Autora: Cristina Patriota de Moura


O objetivo da autora Cristina Moura, problematizar a utilização de conceitos e modelos construídos a partir de casos específicos para compreender outros processos também específicos.
Ela aborda a gênese do termo “gated community” e enfatiza que diversos profissionais vêm debatendo sobre esse significado e que um grande parcela da população está optando por morar em áreas urbanas. Esse termo tem origem nos EUA e é conhecido internacionalmente, para designar conjuntos de unidades residuais com perímetros definidos por muros, cercas e aparatos de segurança privados é o termo “gated community” utilizado por vários urbanistas. Estes dizem que o termo já era utilizado em propagandas imobiliárias que apelavam para o desejo dos norte-americanos de viverem em pequenas “comunidades”. Nessa propagandas remetem a idéia de valores que se relacionam á vida associativa, ao bem-estar da família nuclear, ao empreendedorismo individual e á própria manutenção de valores democráticos igualitários. São incorporações imobiliárias recentes, situam em espaços onde se encontram justamente os suburb que os nortes-americanos identificam como sendo um oposto da small town.
Os small town seria o lugar de fundação da própria sociedade norte-americana, com seus mais caros valores de individualismo, democracia e espírito comunitário.
O uso do termo suburb, nos Estados Unidos, alude a regiões essencialmente residenciais, as quais possuem características semelhantes às de cidades pequenas, sendo que os moradores dos suburbs em geral teriam atividades paralelas nas grandes cidades. Entretanto há alguns estereótipos em torno dos suburbs, como a noção de que seriam um tanto quanto homogêneos e homogeneizadores, não constituindo um modelo ideal de vida em comunidade, críticas originadas especialmente pelos cosmopolitas. Uma dessas críticas sustenta o argumento de que a estrutura dos subúrbios norte-americanos tende a confinar pessoas em casas ou carros. Apesar dos apontamentos contra a homogeneidade e a “falta de senso de community” nos suburbs, atualmente 60% dos norte-americanos vivem nessas áreas. A autora considera que frente à sociedade moderno-capitalista, os suburbs podem corresponder ao sonho de viver longe dos tumultos, porém com acesso a empregos e educação. Ao mesmo tempo, para Moura, se os subúrbios foram alvo de tantas críticas, as mesmas foram úteis para o surgimento de alternativas, apontando para a semelhança entre as gated communities e os subúrbios, diferenciando-se basicamente pelos muros. A autora enfatiza a preocupação manifestada pelos autores Blakely e Snider, sob o questionamento das gated communities consistirem ou não communities.
Diante disso, Moura pontua que diversos autores incluem os condomínios fechados existentes no Brasil no conceito de gated communities, citando a visão que considera homogeneizadora, onde os condomínios são vistos como fenômeno da globalização, tendo em vista que é possibilitado ao capital controlar o comércio dentro dos condomínios. A autora destaca também que o termo gated communities tem sido utilizado de maneira mais generalista para diferentes fenômenos, que embora possuam significativos aspectos em comum, há uma relativa confusão. Entretanto, esclarece que tratam-se predominantemente de “incorporações imobiliárias dirigidas às elites e camadas médias surgidas, principalmente a partir da década de 90, localizadas ás margens de cidades de grande e médio porte, com vias de acesso restrito a moradores e um perímetro delimitado por cercas ou muros além de um aparato de segurança privado”.
Vemos que o “ideal moderno de vida urbana”(Caldeira, 2000:328), seria representado pelos espaços multifuncionais, com livre circulação de pessoas e possibilitando o encontro de diferenças, como é exemplo temos as cidades de Paris e Londre, ao contrário desse ideário termos o exemplo de Los Angeles, com uma tendencia de polarização ecobômica.
Traz a questão de uma nova ordem espacial das cidades, em que embora as cidades tenham traços muitos particulares de sua cultura, e processo histórico, há caracteristicas básica em comum, como por exemplo: concentração espacial dentro das cidades de uma nova pobreza, que por um lado , estão as atividades financeira de “alto nível” conectadas internacionalmente, e por outro lado há tambem segmentação da “classe média”.
Ontro questionamento é a origem dos gated communities, por uns mencionam que veio dos EUA e outros remetem a América Lationa.
Caldeira coloca o biôminio muro/comunidade em uma relação onde o muro se encontra bem mais explicito no caso de São Paulo, e a tendo a ideia de comunidade como fenômeno ausente.

A autora informa que torna-se um problema de afirmar que os condomínios possuem estilo de vida próprio e que a elaboração do conceito “gated communities”, como sendo várias designações para espacialidade no mundo, cria uma falsa idéia de há um padrão hegemônico. Assim, perde-se de vista as particularidades de cada lugar.
O abjetivo da autora é compreender porque as pessoas optam morar em condomínios, percebendo este, não como novo padrão de moradia, mas espaço com paisagens próprias. Através de pesquisas em Brasília e Goiânia ela tenta analisar as categorias como status, classe alteridade.
Em Goiânia, percebeu-se que as pessoas escolhiam os condomínios a partir de seus valores e pela simbologia que os mesmos oferecem. Além de ser uma forma de unir as famílias em um mesmo local.
Em Brasília, há varias percepções do que é um condomínio. As chamadas “invasões”, pelo movimento sem-teto, também é visto como um condomínio.
A autora demostra que um mesmo conceito é utilizada de forma diferenciada pelas duas cidades, bem como também são distintos os processos políticos, econômicos e simbólicos.
O texto é finalizado com o pressuposto de que não se deve homogenizar as relações sociais e que neste sentido, os estudos etnográficos podem oferecer auxilio, podem oferecer ferramentas para ter um olhar diferenciado para as questões que em um primeiro momento podem ser iguais.

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