Seja bem vindo ao "Cidade-Condomínio"

Este blog é um trabalho da disciplina "Núcleo Temático: Cidade e Segregação" do curso de graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Buscamos refletir e debater o tema condominio.

Venha debater conosco a temática condomínio, relatando sua experiência, se é um morador (a) ou suas imprensões a cerca desta forma de moradia!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Resenha: condominio fechados e gated communities: uma discurssão conceitual Autora: Cristina Patriota de Moura


O objetivo da autora Cristina Moura, problematizar a utilização de conceitos e modelos construídos a partir de casos específicos para compreender outros processos também específicos.
Ela aborda a gênese do termo “gated community” e enfatiza que diversos profissionais vêm debatendo sobre esse significado e que um grande parcela da população está optando por morar em áreas urbanas. Esse termo tem origem nos EUA e é conhecido internacionalmente, para designar conjuntos de unidades residuais com perímetros definidos por muros, cercas e aparatos de segurança privados é o termo “gated community” utilizado por vários urbanistas. Estes dizem que o termo já era utilizado em propagandas imobiliárias que apelavam para o desejo dos norte-americanos de viverem em pequenas “comunidades”. Nessa propagandas remetem a idéia de valores que se relacionam á vida associativa, ao bem-estar da família nuclear, ao empreendedorismo individual e á própria manutenção de valores democráticos igualitários. São incorporações imobiliárias recentes, situam em espaços onde se encontram justamente os suburb que os nortes-americanos identificam como sendo um oposto da small town.
Os small town seria o lugar de fundação da própria sociedade norte-americana, com seus mais caros valores de individualismo, democracia e espírito comunitário.
O uso do termo suburb, nos Estados Unidos, alude a regiões essencialmente residenciais, as quais possuem características semelhantes às de cidades pequenas, sendo que os moradores dos suburbs em geral teriam atividades paralelas nas grandes cidades. Entretanto há alguns estereótipos em torno dos suburbs, como a noção de que seriam um tanto quanto homogêneos e homogeneizadores, não constituindo um modelo ideal de vida em comunidade, críticas originadas especialmente pelos cosmopolitas. Uma dessas críticas sustenta o argumento de que a estrutura dos subúrbios norte-americanos tende a confinar pessoas em casas ou carros. Apesar dos apontamentos contra a homogeneidade e a “falta de senso de community” nos suburbs, atualmente 60% dos norte-americanos vivem nessas áreas. A autora considera que frente à sociedade moderno-capitalista, os suburbs podem corresponder ao sonho de viver longe dos tumultos, porém com acesso a empregos e educação. Ao mesmo tempo, para Moura, se os subúrbios foram alvo de tantas críticas, as mesmas foram úteis para o surgimento de alternativas, apontando para a semelhança entre as gated communities e os subúrbios, diferenciando-se basicamente pelos muros. A autora enfatiza a preocupação manifestada pelos autores Blakely e Snider, sob o questionamento das gated communities consistirem ou não communities.
Diante disso, Moura pontua que diversos autores incluem os condomínios fechados existentes no Brasil no conceito de gated communities, citando a visão que considera homogeneizadora, onde os condomínios são vistos como fenômeno da globalização, tendo em vista que é possibilitado ao capital controlar o comércio dentro dos condomínios. A autora destaca também que o termo gated communities tem sido utilizado de maneira mais generalista para diferentes fenômenos, que embora possuam significativos aspectos em comum, há uma relativa confusão. Entretanto, esclarece que tratam-se predominantemente de “incorporações imobiliárias dirigidas às elites e camadas médias surgidas, principalmente a partir da década de 90, localizadas ás margens de cidades de grande e médio porte, com vias de acesso restrito a moradores e um perímetro delimitado por cercas ou muros além de um aparato de segurança privado”.
Vemos que o “ideal moderno de vida urbana”(Caldeira, 2000:328), seria representado pelos espaços multifuncionais, com livre circulação de pessoas e possibilitando o encontro de diferenças, como é exemplo temos as cidades de Paris e Londre, ao contrário desse ideário termos o exemplo de Los Angeles, com uma tendencia de polarização ecobômica.
Traz a questão de uma nova ordem espacial das cidades, em que embora as cidades tenham traços muitos particulares de sua cultura, e processo histórico, há caracteristicas básica em comum, como por exemplo: concentração espacial dentro das cidades de uma nova pobreza, que por um lado , estão as atividades financeira de “alto nível” conectadas internacionalmente, e por outro lado há tambem segmentação da “classe média”.
Ontro questionamento é a origem dos gated communities, por uns mencionam que veio dos EUA e outros remetem a América Lationa.
Caldeira coloca o biôminio muro/comunidade em uma relação onde o muro se encontra bem mais explicito no caso de São Paulo, e a tendo a ideia de comunidade como fenômeno ausente.

A autora informa que torna-se um problema de afirmar que os condomínios possuem estilo de vida próprio e que a elaboração do conceito “gated communities”, como sendo várias designações para espacialidade no mundo, cria uma falsa idéia de há um padrão hegemônico. Assim, perde-se de vista as particularidades de cada lugar.
O abjetivo da autora é compreender porque as pessoas optam morar em condomínios, percebendo este, não como novo padrão de moradia, mas espaço com paisagens próprias. Através de pesquisas em Brasília e Goiânia ela tenta analisar as categorias como status, classe alteridade.
Em Goiânia, percebeu-se que as pessoas escolhiam os condomínios a partir de seus valores e pela simbologia que os mesmos oferecem. Além de ser uma forma de unir as famílias em um mesmo local.
Em Brasília, há varias percepções do que é um condomínio. As chamadas “invasões”, pelo movimento sem-teto, também é visto como um condomínio.
A autora demostra que um mesmo conceito é utilizada de forma diferenciada pelas duas cidades, bem como também são distintos os processos políticos, econômicos e simbólicos.
O texto é finalizado com o pressuposto de que não se deve homogenizar as relações sociais e que neste sentido, os estudos etnográficos podem oferecer auxilio, podem oferecer ferramentas para ter um olhar diferenciado para as questões que em um primeiro momento podem ser iguais.

Entrevista com condôminos


Entrevista realizada no dia 04/12/2009 com dois moradores de condomínios no bairro de Pilares e na Barra da Tijuca, ambos situados no município do Rio de Janeiro.

1) O que motivou a escolha por morar em condomínio?
2)Justificativa para a escolha do bairro.
3)Pontos Positivos e negativos de viver me condomínio, quanto a:
Segurança, Comércio e normas estabelecidas.
4)Quais os limites que devem ser superados no condomínio?
5)Como se dá a sociabilidade dentro do condomínio? Viver em condomínios favorecem as os estreitamento das relações de amizade?


João: 16 anos, estudante.
Bairro: Pilares.

1- A organização, pois é bom ter alguém responsável em coordenar os pagamentos de constas de luz e água; ter alguém que é a “cabeça” para não deixar o virar bagunça.

2- Foi aleatório

3- Pontos positivos e negativos:
Segurança: Ter alguém que comanda o portão e as câmeras e zela pela organização favorece a segurança. Negativos não há.
Comércio: Não há comercio perto, mas isso não se torna um problema pois o acesso é fácil.
Normas: Não poder fazer festas e ter animais. É positivo porque mantem uma ordem, mas é ruim porque acaba limitando um pouco a liberdade.

4- No meu condomínio a limpeza deve ser aperfeiçoada.

5- cada pessoa pensa de uma forma e tenta impor sua vontade. No meu condomínio por exemplo, o síndico é um “banana” e por isso não se impõe e as reuniões com os moradores acabam sendo uma bagunça. Não há uma pessoa que fale: “É isso e acabou”.
Não é possível ter muitos amigos, mas vive-se em harmonia, pois as pessoas são mais discretas e evitam conflitos, se não estivessem em condomínio, isso talvez não existiria.

Célia: 59 anos, funcionária pública
Bairro: Barra da Tijuca


1- Meus filhos queriam me dar conforto, já que eu fiz muito por eles. Eles visavam a segurança, morar em lugar reservado.

2- Não quero ser melhor do que ninguém, mas morar na Barra está muito melhor, mesmo tendo um custo de vida mais caro. Morar em condomínio na Barra é viver fora deste mundo de tanta ruindade, embora possa ocorrer também violência.

3- Pontos positivos e negativos:

Segurança: Onde eu moro é muito seguro, mais do que onde morava antes ( Sulacap), embora eu tivesse mais liberdade, porque quanto mais no subúrbio você mora, mas liberdade você tem.
O ponto negativo morar em meio a mais de mil pessoas, podendo ser elas boas ou ruins.
Existem confusões que não deveriam existir, já que as pessoas enchem a boca para dizer que moram na Barra. Se fosse em outro lugar as mesmas pessoas criticariam.
O IPTU e os impostos são mais caros por ser um bairro valorizado. Eu pagava R$250,00 pelo condomínio, em Sulacap, lá pago R$750,00 para ter segurança, além dos benefícios como sauna, piscina, churrasqueira e salão para festas.

Comércio: Ponto negativo é que o acesso desfavorece que não tem carro como eu, porque tudo é muito longe. O ponto positivo é que o meu condomínio oferece ônibus incluso na taxa do condomínio.
Normas: As positivas eu aceito as negativas eu não concordo. Por exemplo, não ter direito ao seu apartamento se você não paga o condomínio não é bom, pois você já quitou o seu apartamento. Isso não deveria existir.
Você não ter direito a fazer alterações nos padrões físicos dos apartamentos. Não posso mudar minha porta, a cor da rede, nem por vasos ou quadros na parede. Meu síndico me disse uma vez: “ Dona Ana, sei que você caprichosa, mas já pensou se alguém põe um vaso de “comigo-ninguém-pode”?
Os pontos positivos é evitar que haja conflitos entre os moradores.

4- Evitar a troca de porteiro com freqüência, pois no meu condomínio, quando você se acostuma com um o síndico trocar por outro funcionário. Ai meu ver isso não é bom.
Para mim deveria ser feito um “nada consta” para saber quem é quem. Porque fui informada que já trabalhou lá, uma pessoa que era do “Comando Vermelho”. Nada contra, pode ter se “endireitado”, mas é preciso a seleção tem que ser bem feita.

5- É bom viver em coletividade porque você se diverte com os serviços que são oferecido, como as festas organizadas, mas depende das pessoas. No subúrbio as pessoas se davam melhor, na Barra as algumas acham que são melhores que as outras.

Condomínios pagam para ter ligação direta com a polícia

Publicado em 08/11/2009, às 08h14

Para garantir ação mais rápida da polícia e driblar o atendimento do 190, condomínios residenciais de seis Estados firmaram acordos para a instalação de sistemas de comunicação por rádio, em uma linha direta com a Polícia Militar.

Nos projetos, os prédios instalam rádios nas portarias e nos batalhões ou carros da PM mais próximos para criar um canal de informações sobre a segurança na região. Em Salvador, o sistema custa R$ 150 mensais para cada prédio.

O Ministério Público da Bahia ameaça entrar com uma ação civil pública para suspender o acordo no Estado, único local onde houve contestação.

A reportagem identificou projetos semelhantes em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraíba.

"O convênio agiliza um atendimento que deveria ser oferecido a todos igualmente. Não se pode criar mecanismos que diferenciem o atendimento. É uma privatização da polícia e da segurança pública", disse a promotora Rita Tourinho.

Os acordos também são criticados por especialistas ouvidos pela Folha. Para o cientista social Eduardo Paes-Machado, do grupo de pesquisa sobre violência na Universidade Federal da Bahia, a "polícia incorporou a lógica de mercado, com atendimento personalizado".

A pesquisadora Viviane Cubas, do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), diz que o formato adotado não se encaixa no conceito de polícia comunitária, já que "acontece em detrimento daqueles que não podem pagar pelo serviço direto".

Trotes
Em Pernambuco, onde são beneficiados mais de 1.200 condomínios e empresas, o governo diz que zerou o índice de assaltos a prédios nas regiões atendidas, graças às informações passadas por porteiros, treinados pela polícia.

"O atendimento pelo rádio é mais rápido porque, das 18 mil ligações diárias para o 190 no Estado, 3.500 são trotes. Isso atrasa nosso trabalho", diz o coronel Sérgio Viana, que coordena o projeto em Pernambuco.

Para Viviane Cubas, a explicação de Viana não justifica o projeto. "Se cada um tiver que ter um rádio, o 190 não fará sentido. Se a polícia entende que ele não funciona direito, vamos corrigi-lo, não criarmos uma estrutura à parte."

Em São Paulo, o Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) do Cambuci adotou um projeto semelhante em 95 prédios da região da Chácara Klabin (zona sul da cidade), atualmente em fase de implementação. Uma estrutura utilizada anteriormente com uma empresa de segurança privada foi aproveitada.

Outro lado
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia afirma que não vai suspender o convênio porque não entende que a polícia favoreça os condomínios participantes, em detrimento do resto da população.

Como contraponto, a pasta cita o projeto da PM "Rondas nos Bairros", que funciona na periferia de Salvador com formato parecido ao convênio entre a polícia e os condomínios, mas por meio do telefone.

Segundo a PM de São Paulo, a parceria "melhora as prestações de serviço e não exclui o restante da população. Pelo contrário, contribui para que possa empregar seus recursos humanos e materiais de maneira mais precisa e eficaz, pois é certo que tomará conhecimento de uma eventual emergência com maior rapidez".

Agência Folha

Ficha limpa Condomínios exigem atestado de antecedentes criminais de novos funcionários


Reportagem oriunda do jornal O Globo, de 05/12/2009

"Pedir o atestado de antecedentes criminais antes de contratar um funcionário está virando prática comum aos condomínios cariocas. Levantamento do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio) mostra que este ano houve aumento de 40% no número de edifícios que passaram a fazer a exigência nas novas contratações. Hoje, 21% das admissões só são feitas após o nada-consta criminal, tido como meio de combater a violência. É o que mostra a reportagem de Flávia Monteiro para o Morar Bem deste domingo.

Segundo Raimundo Castro, consultor de segurança do Secovi-Rio, 30% de roubos e furtos em condomínios têm participação de pessoas que trabalham em prédios:

- Seja passando informações relevantes sobre os moradores ou participando do ato em si, constatamos participações.

O assessor jurídico do Sindicato dos Empregados em Edifícios do Município do Rio, Antonio Carlos Batista, diz que a medida é discriminatória:

- É inocência achar que ela vai coibir a violência. A avaliação de um candidato pode ser feita por meio de sua carteira de trabalho e de referências profissionais. Pedir ficha limpa é uma prática antiquada, que me remete à ditadura.

Não há estatísticas específicas de roubos a condomínios no Rio. Esses casos são contabilizados pelo Instituto de Segurança Pública $roubos a residências. De qualquer forma, este delito registrou aumento de 10,7% de julho a setembro em comparação com o mesmo período de 2008. Só em setembro foram 147 casos, contra 127 de um ano antes. Uma alta de 13,6% que se refletiu nas empresas especializadas em efetuar pesquisas e cadastros de candidatos. "

A Paz Que Eu Nao Quero

CIDADE é composta também é CULTURA e esta, muitas vezes tende a denunciar realidade social. Neste vídeo, maria Rita interpreta a Musica Minha Alma (A Paz Que Eu Nao Quero), interpretada pelo O Rappa e composta por Marcelo Yuka.

Que PAZ estamos buscando e de que forma???

O que é viver em condomínio?





Este vídeo mostra a ação "eu amo viver em condomínio" no parque da cidade,realizada no dia 15/06/2008. Nele podemos perceber qual a imagem dos condomínios para as pessoas que neles vivem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Relato sobre o trabalho de campo realizado no dia 10 de novembro - como referência teórica, Magnani (2002).


O trajeto do Campus Praia Vermelha-UFRJ ao posto 3 de Copacabana pode ser claramente percebido como uma macha de lazer e turismo. Começando pelo Canecão e pelo shopping Rio Sul, evidentemente o maior centro comercial do percurso realizado, observa-se que a localidade é bem servida de transportes coletivos, com uma seqüência de grande quantidade de pontos de ônibus, especialmente em direção à zona Norte da cidade, sendo os carros de diversas empresas, havendo combinações de complementaridade e outras de concorrência entre si, respondendo ao intenso fluxo de passageiros, sendo muitos moradores dessa região e trabalhadores da zona sul; observamos também o constante fluxo de táxis em frente ao shopping, também existindo concorrência entre as cooperativas. Verificamos a presença de meios de transporte regulares e irregulares de vans, que muitas vezes utilizam o espaço dos transportes legais e prejudicam os passageiros destes últimos, já que por vezes os ônibus não param. Ao redor do shopping há poucos pontos de comércio informal, vendedores ambulantes trabalhando basicamente com bebidas, comidas e produtos artesanais. Não foi verificada concorrência entre eles, além de termos notado uma relação de parceria entre os camelôs, ao ajudarem um ao outro na falta de dinheiro trocado para um cliente. Foi possível constatar a existência de um pedaço entre os camelôs, onde possuem interesses semelhantes, com certos hábitos consolidados no local, ainda que em atividade ilegal; observamos alguns sinais de regularidades nesta atividade.
O túnel de acesso a Copacabana possui, nas laterais da pista para automóveis, uma passagem para pedestres e outra para ciclistas, o que é um facilitador da combinação das atividades de lazer com as de comércio. Temos então o túnel como um pórtico, lugar de passagem, ligando pontos do trajeto. Na Avenida Princesa Isabel está situado o teatro Villa Lobos, como ponto cultural da localidade; há grande quantidade de serviços voltados para turistas nesta avenida, muitas lojas de aluguel de carro e de acesso á Internet (com características diferenciadas com relação às lan-houses) . Há também bordéis, ao redor dos quais à noite é possível notar a existência do pedaço constituído por profissionais do sexo, na localidade. Alguns serviços básicos também são oferecidos, como de supermercado, farmácia e bancas de jornal, tendo pouca concorrência, sendo mais significativo o caráter complementar dos equipamentos. Além disso, situam-se também hotéis de luxo. Estes diferentes equipamentos caracterizam também uma relação de contigüidade entre si.
Seguindo pela orla de Copacabana, constatamos a existência de quiosques tradicionais, patrocinados pela marca de cerveja Skol, com serviços oferecidos a critério dos respectivos donos, embora haja um busca por parte destes em responder à demandas (correspondendo basicamente a um comércio típico aos quiosques das praias da cidade) Mais adiante já se encontram modelos padronizados e sofisticados de quiosques, ocupados por marcas importadas ou não. No posto 3, por exemplo, há um estabelecimento Habib’s (voltado para alimentação e acessível a camadas mais populares), um quiosque Vivenda do Camarão, marca brasileira com lojas espalhadas pelo país, não caracterizando concorrência com relação às especialidades oferecidas, mas ao serviço de alimentação do local. Outros quiosques destacam uma marca brasileira de cerveja e outra (cigarro)
Ao longo da orla estudada, nota-se que a maioria dos serviços públicos e privados possuem legenda em português e inglês (alguns poucos em espanhol ou francês); há também um quiosque onde se oferece serviço de informações turísticas, pela Rio-tur e patrocinado pela Nestlé.
A partir atividades destacadas nos dois parágrafos acima, a mancha de turismo e lazer existente se evidencia ainda mais.
Na areia há algumas escolinhas de vôlei, que ocupam parte do espaço público. Embora possam ser autorizadas pela prefeitura, representam a presença de interesses particulares neste espaço. No espaço restante, mais próximo ao mar, um grupo de homens jogando bola traz certo desconforto a alguns banhistas, com quem dividem o espaço. Porém, que os amadores já formam um pedaço naquele local e se comportam como os “donos da casa” nas atividades que realizam. Observamos um “parquinho” também na areia, não sendo utilizado. No mesmo ambiente encontramos menores de rua, alojando seus pertences debaixo de árvores, sendo revistados por integrantes da Guarda Municipal na operação “choque de ordem”. Para os meninos de rua, pode ser que também haja um pedaço constituído não só pelas afinidades e por suas condições em comum, como naquela determinada área da praia. Entretanto, passando rotineiramente por abordagens do poder público. Este ocorrido pode ser referido dentre as conseqüências do processo de urbanização em curso, citadas por Magnani, como a deterioração dos espaços e equipamentos públicos, levando à privatização da vida coletiva à segregação, ao confinamento em ambientes e redes sociais restritos, assim como a situações de violência.
Do lado oposto ao calçadão, constatamos que há hotéis com diferenciados modelos arquitetônicos, vários são sofisticados e luxuosos, ao mesmo tempo em que muitos são antigos, porém tradicionais. A Rede de hotéis Othon possui alguns estabelecimentos neste trecho, complementando seus próprios serviços e concorrendo com outros nomes; entre hotéis está localizada uma agência de viagens. Em relação a instituições de educação, têm-se situada entre edifícios residenciais uma Escola Municipal. Nas proximidades há alguns bares tradicionais, e pouco comércio como padarias, farmácias etc.
Embora as categorias pedaço, mancha, trajeto, pórtico e circuito sejam de extrema importância para a compreensão em parte da dinâmica cultural estabelecida em Copacabana, não há como negar a forte presença de equipamentos comerciais em contigüidade no trajeto analisado, com evidentes parcerias entre os setores publico e privado, buscando maior consumo cultural, mais enobrecimento e qualificação para Copacabana, de modo a implementar a modalidade conhecida por “consumo do lugar”.

Resenha:A reinvenção das cidades na virada de século: agentes, estratégias e escalas de ação políticas Autora: Fernanda Sanches – UFRJ


Nesse texto a autora pretende mostrar os fenômenos da globalização que não se restringe ao mundo econômico, mas que afetam também a produção do espaço urbano e atinge diretamente a formulação e legitimação de paradigmas nas políticas urbanas.
As “cidades-modelos” são imagens construídas pela ação de governos locais, junto a atores hegemônicos com interesses localizados, agências multilaterais e redes mundiais de cidade. Estes atores realizam as leituras das cidades e constroem as imagens, tornadas dominantes mediante estratégias discursivas, meios e instrumentos para sua difusão e legitimação em varias escalas.
Tomada isoladamente as “cidades-modelos” para o senso comum pode aparecer como desempenho dos governos das cidades através de boa práticas e pode se dar de dentro para fora, construído a partir da ação de governos locais e cidades e que são descobertos por agentes externos, difundindo em outros âmbitos e escalas.
No caso de Curitiba, existem vários atores locais, e agentes e estratégias territoriais que comparece para produzir a imagem. O processo de produção do espaço social é ao mesmo tempo objetivo e subjetivo. São introduzidas formas de modernas de dominação e técnicas de manipulação cultural.
Isso explica a importâncias das city marketing como instrumentos das políticas urbanas. As cidades dominantes possuem uma agenda com pautas definidas para programas e ações, são desenvolvidas políticas de promoção e legitimação de certos projetos de cidade. a “ inteligência-global” dar-se pelas instâncias e pelos atores dominantes que avaliam e classificam cada projeto de modernização urbana com pretensões de reinserção global.
Como é o caso do “modelo- Curitiba” que teve uma seqüência de premiações Outorgadas á Prefeitura Municipal pelas mesma s agências , relatórios elaborados por consultores do Banco Mundial e da ONU.
Através de análises de processos de reestruturação urbana da década de 90, em sua relação com os respectivos governos de cidades e suas políticas urbanas, é possível identificar convergências. Ás estratégias utilizadas pelo poder político para “vender” as cidades faz com que a mesma seja vista com “cidade-mercadoria” isso identifica um processo de mercantilização nova inspiração encontrada pelo capitalismo compreende a compra e venda do espaço na escala mundial.
Esse mercado mundial de cidades é movido por e, ao mesmo tempo, movimenta alguns outros mercados:
• Mercado para empresas com interesses localizados: empresas e corporações, lugares para tomar decisões locacionais. Empresas vinculadas ao capital financeiro, industriais, comercial e de serviços.
• Mercado imobiliário: a crescente mobilidade do capital permite no agendamento de grandes operações localizadas, com investimentos de capital internacional.
• Mercado de consumo: circulação de imagens de “cidades-modelos” tende a agilizar os fluxos de consumo interno e externo
• Mercado de turismo: fortes imbricações, constrói suas segmentação e grupos-alvo no mercado, como o turismo de compras, e jovens ou de terceira idade;
• Mercado das chamadas “boas prática”: agencias multilaterais, objetivos técnicos, interesses políticos ideológicos na promoção e difusão internacional, legitimação de ‘administrações” urbanas “competentes”, “gestões competitivas” ou “planejamento urbano estratégico”.
• Mercado de consultoria em planejamentos e políticas publicas: atores locais, como prefeitos, lideranças constrói seus projetos políticos através da projeção e reconhecimento de sua atuação que, referida á escala do “local”. “experiências de sucesso”

Nessa leitura se trava a luta política pela imposição, medida sempre por conflitos e tentativas de construção de hegemonia, de uma leitura frente ás muitas outras que estão em permanente disputa neste campo. A luta simbólica se trata de um dos processos políticos relevantes na compreensão de lugares, em relação dialética com os processos materiais de modernização urbana.
Essas lutas não são mera expressão das relações de poder, atuam o campo das praticas, reelaboram as pratica. As leituras oficiais da cidade, que configuram imagens, costumam ser mostradas com aparência de objetividade, apresentando fatos sociais como inquestionáveis. Um exemplo é a cidade Curitiba que aparece em primeiro lugar, dando lugar á produção e veiculação de mais uma de suas imagens-síntese, a melhor cidade par os negócios.
A mídia é estratégia para os governos locais, pois realizam a espetacularização da cidade e molda as representações acerca de sua transformação. Produz signos de bem-estar e satisfação no consumo dos espaços de lazer, cria comportamentos e estilos de vida e promove a valorização de lugares, bem como os usos considerados “adequados” como em Curitiba.
As políticas culturais de lugares vêm sendo cada vez mais alinhadas ás políticas econômicas. A reestruturação urbana só é possível quando acompanhada de uma reestabilização do governo urbano. Os lugares são repletos de diferenças internas e conflitos, que podem ser expressos em leituras dissonantes em disputa de espaços políticos. Se nas cidades há múltiplas identidades que podem ser “recursos de riquezas ou fonte de conflito”é necessário portanto questionar a idéia da “ identidade do lugar” como se fosse a única, ou da “imagem -síntese do lugar”idéias força do discurso urbano dominante que se tornam armadilhas e fetiches.
As representações sobre as cidades podem ser poderosas em suas conseqüências locais, regionais, nacionais e internacionais. Podem ter desdobramentos geopolíticos e econômicos que repercutem em variadas e simultâneas escalas.
Devido a essa dimensão, não costumam ser pautadas pelos parâmetros e objetivos definidos apenas pelas autoridades dos governos municipais. Sua elaboração vem de campos provenientes de saberes de experts. Publicitários, consultores em marketing, produtores culturais, conselheiros em comunicação e pesquisa de mercado são os agentes que se emergem como figuras centrais associadas á gestão empresarial das cidades.

Resenha do texto: De perto e de dentro: Notas para uma etnografia urbana (Magnani, José Guilherme Cantor)



No referido texto, Magnani pretende explorar duas dimensões de reflexão. Com base em diversos autores, a primeira trata das abordagens sobre cidade, as quais caracteriza como um olhar de longe e de fora, que oferecem uma dimensão macro para a compreensão da dinâmica cultural das chamadas cidades globais. A segunda dimensão é uma proposta do autor, de cunho etnográfico, a qual irá denominar um olhar de perto e de dentro. Entretanto, Magnani chama atenção para o fato de que o olhar distanciado não pode ser descartado, ao contrário, este permite ampliar o horizonte de análise, bem como complementar sua proposta.
Um dos blocos de abordagens sobre cidade, citado pelo autor, diz respeito ao que seria o caos urbano provocado por fatores desordenados de crescimento, característicos das grandes cidades dos países subdesenvolvidos. Um outro bloco alude às metrópoles de primeiro mundo, identificadas como protótipo sociedade pós-industrial, onde o enfoque está na ruptura com as estruturas urbanas anteriores, considerando inclusive as formas de sociabilidade.
Não obstante o paradoxo entre estes blocos, Magnani admite a existência de uma infra-estrutura que equaliza estas cidades, seja por suas funções, equipamentos ou instituições, fazendo parte da integração com a “infra-estrutura social para a conectividade global”. Ao mesmo tempo, é essencial que cada cidade possua suas peculiaridades; frente a isto o “planejamento estratégico” vem servindo de base para os projetos de renovação urbana, onde pretende instaurar o “consumo do lugar”, como nova modalidade de consumo cultural, o que estaria sendo identificado por alguns como parte da tendência pós-moderna, ao passo que outros não acreditem que aspectos pós-modernos são capazes de romper com o que os antecede. Para Otília Arantes (1998) “(...) as novas tendências estruturais (...) transformam os alegados valores locais em mercadorias a serem igualmente consumidas e recicladas na mesma velocidade em que se move o capital. Leituras mais técnicas do planejamento estratégico apontam que a questão urbana deve ser entendida sob a dinâmica da competitividade, há quem cite um urbanismo socialmente includente e democrático e, na mesma linha, para Ana Cristina Fernandes, (2001) as políticas públicas devem ser pensadas sob os interesses de organismos multilaterais juntamente com instituições de consultoria internacional, corporações transnacionais e elites locais.
Após estes levantamentos, Magnani aponta para o fato de determinados atores sociais desaparecem das análises, quando algumas ousam explicar toda a dinâmica das cidades através do sistema capitalista. Os moradores das cidades são considerados parte passiva deste processo. Assim, o autor retorna à importância da etnografia para a possibilidade de romper com o antagonismo entre o indivíduo e as megaestruturas urbanas, de modo a resgatar uma série de práticas que não são visíveis ao ser trabalhado apenas o olhar de fora e de longe.
A prática proposta por Magnani procura considerar para além deste olhar a possibilidade de escolha dos indivíduos com relação à maneira como se organizam em sociedade. O autor ressalta o cuidado de não tornar estas questões particulares, buscando mapear os diferentes segmentos sociais, tendo em vista a existência de planos intermediários onde se podem identificar padrões e regularidades. Com esta finalidade, Magnani organizou cinco categorias de análise, cujas definições foram sintetizadas após extrairmos do texto:
pedaço, representa um espaço intermediário entre o público e o privado- “casa versus rua” que estaria vinculado ao modo de vida e às tradições, de maneira a manter uma rede básica de sociabilidade, onde as pessoas se reconhecem como portadores dos mesmos símbolos que remetem a gostos, orientações, valores e hábitos de consumo e de vida semelhantes;
mancha, funciona como ponto de referência para maior quantidade de pessoas. Nesta categoria a base física seria mais ampla, possibilitando a circulação de pessoas oriundas de várias procedências. Ao contrário dos pedaços, onde o indivíduo procura por iguais, na mancha pode-se saber que tipo de pessoas ou serviços serão encontrados, mas não exatamente quais.. No interior da mancha pode haver vários pedaços;
trajeto, aplica-se a fluxos recorrentes no espaço mais abrangente da cidade e no interior das manchas urbanas. É a extensão e a diversidade do espaço urbano para além do bairro que se colocam a necessidade de deslocamentos para regiões distantes e não contíguas. Trajetos ligam equipamentos, pontos, manchas, complementares ou alternativos; assim, permitem pensar tanto uma possibilidade de escolhas no interior das manchas como a abertura dessas manchas e pedaços em direção a outros pontos no espaço urbano e, por conseqüência, a outras lógicas;
pórticos, se referem a espaços, marcos e vazios na paisagem urbana que se configuram passagens; por meio deles se fazem os trajetos. Não se enquadram em manchas, nem em outras classificações;
circuito, seria uma categoria que descreve o exercício de uma prática ou a oferta de determinado serviço por meio de estabelecimentos, equipamentos e espaços que não mantém entre si uma relação de contigüidade espacial, sendo reconhecido em seu conjunto pelos usuários habituais. A noção de circuito também designa um uso do espaço e de equipamentos urbanos, porém de forma mais independente com relação ao espaço. Contudo, também pode ser levantado, descrito e localizado.
Tais categorias não se anulam, ao contrário são complementares na compreensão da dinâmica cultural com base no olhar de perto e de dentro de Magnani.
Após esta análise, o autor enfatiza que o crescimento desordenado das grandes cidades não teve como conseqüência somente a desagregação do processo de urbanização, mas configurações nas formas de sociabilidade (e não o fim da sociabilidade), citando que “um determinado circuito de lazer, articulando pontos distantes da cidade, é tão real e significativo para seus usuários, quanto a vizinhança no contexto do bairro”.
Finalmente, José Guilherme Magnani reafirma a meta de buscar uma lógica mais geral, agora em direção á antropologia da cidade, com um olhar distanciado, reconhecendo que é possível transcender nesta lógica de referência a modelos e planos mais amplos.

domingo, 13 de dezembro de 2009





Resenha do texto: Paisagens urbanas do século: Notas sobre a mudança social e o espaço urbano (ZUKIN, Sheron).

Neste texto a autora relata a alterações do espaço urbano e da sociedade no séc XXI. Tais mudanças vêm impondo normas de ajuste e tem impulsionado assim a reestruturação urbana.
Segundo Zukin, os estudiosos sobre a temática cidade, estão tentando desvendar quais são as alterações da estrutura econômica das instituições políticas, a escala geográfica e as estruturas sociais que influenciam o espaço urbano. Um exemplo é o aumento, cada vez maior, dos edifícios ditos “arranha-céus”, que são construídos nos centros comerciais e financeiros. Já nos centros culturais, buscam-se outros tipos de construções como os museus.
Os shoppings é luma forma de domesticação do espaço público, pois visam imprimir sua marca lançando formas padronizadas de comportamento, vestuários etc.
No texto é abordado o conceito de paisagem, que é utilizado pelos geógrafos e historiadores como construção material e representação simbólica das relações sociais e espaciais.
O termo ganha novo significado para representar as relações de poder, para demonstrar o que é construído e o que resiste. Para clarificar, podemos comparar a construções dos grandes prédios e a populares são fotografias das relações sociais. Percebem-se rupturas de atividades e grupos sociais, reforçando assim as diferenças.
Há três tensões centrais no conceito de paisagem:
  • Paisagem e vernacular:
    Vernacular é utilizado pela autora para se referir às construções tanto dos edifícios, quanto das relações sociais feitas pelos desprovidos de poder, contrastando as paisagens impostas pelos poderosos. Portanto é o que há de mais tradicional em um contexto e uma forma de resistência.
  • Mercado e lugar:
    Mercado visa produzir variação do lugar para homogeneizar os grupos sociais, para criar uma cultura local. Exemplo disso são as cidades planejadas, como as ecologicamente sustentáveis, ditas verdes. Já o lugar é uma forma mais dinâmica do vernacular; é uma contra corrente à renovação urbana,financiados tantos pelos capitalistas ou pelo Estado.
    Mercado e lugar são então, uma representação de correlação de forças estruturais,sejam elas matérias ou simbólicas.
  • Relação entre sistema de produção econômica e o desenvolvimento de novos produtos culturais:
    A elaboração de uma economia de “informação”, favorecida pelo processo de globalização, tem exigindo que as paisagens da cidade seja reestruturada. Cresce a valorização por produtos abstratos, como moda, em contra posição as velhas indústrias de manufatura.
    A inserção das cidades na economia mundial permite uma mudança na estrutura social e espacial urbana.

    Notamos com este texto que as cidades do século XXI, são cenários para as disputas de poder e das correlações de força, entre os que exercem e detêm o poder e os que só possuem a resistência como arma de luta, aqueles que não aceitam de forma passiva as mudanças verticalizadas.

    Os condomínios também estão uma expressão deste movimento de reestruração das cidades, pois impõem, entre outros, uma marca própria, um estilo de comportamento, padrões arquitetônicos. Muitas vezes, meio a eles, há possibilidade de perceber o vernacular, através de construções populares.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Viver em condomínio



A temática condomínio não é algo recente, prova disso é a matéria a baixo, que foi divulgada na revista VEJA de 15-05-2005. Nela foi relatotado que a camada média brasileira, que tinha por rendimento em média R$7.000, optava por viver em condomínios fechados nos arredores das cidades, como forma de fugir dos centros urbanos.


A reportagem inicia com a seguinte afirmativa:

A classe média brasileira descobre umnovo endereço: os bairros fechados nos arredores das metrópoles.



"Há uma formidável migração em curso no Brasil: a da classe média em direção aos bairros cercados de muros nos arredores das grandes cidades. Um milhão de brasileiros já vivem nesse tipo de empreendimento imobiliário, conhecido pelo nome genérico de condomínio fechado. Cinco anos atrás, não chegavam a 500.000. Os grandes loteamentos, com casas confortáveis, quintais amplos e fartura de piscinas, são encontrados nas proximidades de praticamente todas as capitais e de dezenas de cidades de menor porte. Só em São Paulo existem 300. Nos arredores de Curitiba, são 176, quase o dobro do que havia em 1997. Goiânia, que não tinha nenhum, agora possui dez. Em Manaus também são dez, e dois deles estão entre os endereços mais nobres da capital do Amazonas. Desde o êxodo do campo para a cidade, em décadas passadas, não se vê um deslocamento populacional com potencial tão imenso de repercussão na economia e no modo de vida nacional. O poder de fogo para mudanças decorre da concentração dessa migração numa faixa estreita, mas tremendamente influente, da sociedade: as famílias com renda mensal acima de 7.000 reais.
Há outro tipo de condomínio fechado, ainda mais numeroso. São conjuntos de casas ou de ruas dentro das cidades cujos muros altos separam as residências das avenidas movimentadas. Se forem somados os moradores dos dois modelos, chega-se a 4 milhões de pessoas, segundo levantamento da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações, consultoria que faz pesquisas no mercado imobiliário. Significa que um décimo da classe média brasileira, quase 2,5% da população total, foi viver atrás de muros. O que não se compara é a intensidade da decisão de morar aqui ou lá longe. Os condomínios fechados nos entornos dos centros urbanos são diferentes daqueles encontrados dentro da cidade, justamente porque residir no centro não implica mudanças importantes no modo de vida das pessoas. Já a revoada para as áreas suburbanas tem o fôlego de uma verdadeira revolução de costumes. Tradicionalmente, os brasileiros abastados instalam-se nas áreas centrais, onde a infra-estrutura urbana é melhor. Nas últimas duas décadas, a ocupação sem controle das áreas centrais por edifícios e pelo comércio afugentou quem quer morar em uma casa e ter um pouco de área verde. "Isso reduziu a qualidade da moradia", diz o urbanista paulista Cândido Malta. "As pessoas incomodadas começaram a se mudar para áreas mais tranqüilas." Como já ocorreu em metrópoles deterioradas no exterior, quem tem mais dinheiro procura escapar do sufoco urbano.


A expectativa é que a população das grandes cidades diminua e a dos condomínios suburbanos dobre nos próximos cinco anos. "A fuga da classe média para as proximidades dos centros urbanos é um fenômeno que deve continuar crescendo por pelo menos uma década", afirma o geógrafo Paulo Roberto Moraes, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Não faltará espaço para acolher toda essa gente. No momento, estão sendo lançados dez megaloteamentos, com 1.300 terrenos, em média, cada um, e centenas de empreendimentos menores de norte a sul do país. Com seus muros altos e porteiros armados, os condomínios são uma resposta ao aumento da criminalidade. Mas não é só isso. Também se foge do barulho, do tráfego intenso e do alto custo de vida das áreas centrais. De quebra, tem-se a oportunidade de realizar o sonho de acompanhar a construção da casa desde o início ou de escolher a lareira e a localização da piscina em terrenos com espaço de sobra para os filhos brincarem.
"Decidi morar aqui porque estava preocupado com a qualidade de vida das crianças", conta Renan dal Zotto, que há três anos se mudou para o condomínio Jurerê Internacional, em Florianópolis, com a mulher, Annalisa, e os dois filhos, Enzo, de 3 anos, e Gianluca, de 8. Titular da Seleção Brasileira de Vôlei nos anos 80, Renan morou em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Itália. Ao mudar para Florianópolis, há quatro anos, foi viver em uma casa confortável, de 450 metros quadrados, no centro da cidade. O trânsito, o comércio intenso e a multidão de pedestres incomodavam cada vez mais. Menos de um ano depois da mudança, a família começou a construir a casa de 600 metros quadrados e quatro suítes no Jurerê Internacional, a 22 quilômetros do centro. Para levar os filhos à escola, o casal contratou um motorista particular. "É um pouco longe de tudo, mas é o preço que pagamos para ter uma vida melhor", declara Annalisa.


Até bem pouco tempo atrás, a classe média brasileira não queria saber de morar na periferia. É fato que ela sempre sonhou com as casas sem muros dos subúrbios americanos, do jeito que se vê nos filmes. A maioria daqueles que se animavam a mudar-se para locais afastados, contudo, acabava tomando o caminho de volta. Os condomínios pioneiros, surgidos nos anos 70, demoraram vinte anos para se livrar do fantasma dos lotes vazios. O sonho de uma vida em local tranqüilo era destruído pela infra-estrutura precária, que ia da falta de ruas asfaltadas e linhas telefônicas à ausência total de lazer, passando pela escassez de empregos e boas escolas. A situação transformou-se bastante nos últimos anos com a melhora generalizada na infra-estrutura de serviços públicos. De seis anos para cá, em parte devido às concessões à iniciativa privada, 1.000 quilômetros de rodovias foram duplicados ou construídos. "Isso atraiu investimentos para as áreas periféricas ao lado das estradas e deu nova vida aos condomínios", diz Gonçalo Fernandez, diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e Condomínios (Secovi).
O congestionamento é o pior pesadelo de quem vive fora do coração urbano e depende de carro para quase tudo, do trabalho à escola. Com a melhoria dos acessos, o que antes era pouco prático passou a ser atraente. O prolongamento da Rodovia dos Bandeirantes, uma via expressa que parte de São Paulo na direção noroeste, aliviou o tráfego na Via Anhangüera, uma estrada paralela. O resultado é que os 100 quilômetros entre a capital paulista e Campinas, cidades ligadas por essas duas estradas, estão coalhados de condomínios. Só no município de Valinhos, a meio caminho entre as duas cidades, existem quarenta, 25 a mais que em 1995. O fenômeno repetiu-se em Florianópolis. O início das obras de duplicação da Rodovia SC-401, que liga o bairro de Itacorobi à Praia de Canasvieiras, em 1994, foi o chamariz para o surgimento de novos condomínios nas imediações da rodovia. Para completar, elevou-se o número de brasileiros com carro próprio – ou, melhor, com dois carros. De 1991 a 2000, a frota nacional de veículos aumentou 48%. No mesmo período, o crescimento da população foi de apenas 15%. Todos esses fatores coincidiram com o aumento dos índices de violência nos centros urbanos. "As pessoas acreditam que morar em empreendimentos como esses pode evitar seqüestros, roubos e assaltos", observa Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). É verdade que nunca se desfruta 100% de segurança. Já existem até quadrilhas especializadas em invadir condomínios. Mas, pelo menos, guaritas e cercas mantêm afastada das ruas internas a violência cotidiana das grandes cidades.

Os condomínios estão instalados entre 5 e 40 quilômetros de um grande centro urbano. Um loteamento-padrão tem acima de cinqüenta casas com área construída de 250 metros quadrados em média. A parte residencial é fechada por muros ou grades de 3 a 5 metros de altura. Sobre muros e cercas há cacos de vidro ou fios elétricos. Câmaras e guardas vigiam os limites da propriedade. Existe pelo menos uma portaria munida de guarita, cancela ou portão. Os seguranças ficam em contato por interfone com cada uma das casas, como nos edifícios residenciais. A maioria dos condomínios dispõe de infra-estrutura de lazer: quadras esportivas, salão de festas, piscinas, churrasqueira, pista de cooper e sauna. Existem também jardineiros e outros funcionários que cuidam da manutenção e seguranças motorizados. Alguns condomínios têm clubes recreativos, academias de ginástica, intranet, a rede interna de comunicação via internet, e sistema de transporte escolar. Em alguns casos, os próprios moradores se organizam para criar mais serviços. No residencial Aldeia do Vale, em Goiânia, os condôminos se uniram e contrataram um personal trainer para ter aulas de squash. "É uma forma de nos entrosarmos com os vizinhos", salienta o engenheiro civil Márcio Belluomini Moraes, de 44 anos, que joga squash uma vez por semana antes de ir trabalhar. Em Porto Alegre, os moradores do condomínio Terra Ville, a 20 quilômetros do centro, mantêm uma escolinha de golfe. Um campo com dezoito buracos é a principal atração do Terra Ville.
Além da busca por tranqüilidade e segurança, o que atrai essas famílias para os subúrbios é o padrão social do vizinho. Quem compra um lote num megacondomínio sabe que os outros moradores terão as mesmas condições econômicas e, na maioria dos casos, formação cultural e grau de escolaridade semelhantes. Pode-se dizer que são a primeira experiência brasileira de bairros economicamente homogêneos. A maioria dos moradores de condomínios fechados é casada, tem entre 35 e 45 anos e de dois a três filhos menores de 15 anos. São executivos, profissionais liberais e comerciantes com renda mensal que varia de 7.000 a 15.000 reais. Falando em dinheiro, a maior atração do subúrbio é o preço: terrenos em megacondomínios são relativamente baratos, pois se instalam em regiões menos valorizadas. O lote chega a ser 30% mais barato que um similar em área nobre de cidade próxima. Em São Paulo, a diferença pode ser maior. O metro quadrado de um terreno em zona estritamente residencial custa acima de 500 reais. Nos loteamentos de luxo dos arredores é possível pagar 250 reais. Há casas prontas de todos os preços e padrões, mas uma residência confortável com três suítes e duas vagas na garagem pode facilmente ser comprada por 300.000 reais. As taxas de condomínio, de 150 a 500 reais, também são inferiores ao que se pagaria num edifício de alto padrão. Os impostos municipais são igualmente mais baixos. "Quanto mais distante dos grandes centros, mais em conta são os preços", considera Celso de Sampaio Amaral Neto, diretor da Amaral d'Avila Engenharia de Avaliações.
A expansão dos condomínios é daqueles casos em que uma coisa puxa a outra. Mais empresas de serviços e alta tecnologia começaram a ser instaladas no entorno das cidades. Com isso, muitos funcionários graduados foram morar em regiões próximas ao local de trabalho, aumentando a ocupação dessas áreas. Atrás dos moradores de classe média seguiram prestadores de serviços, da videolocadora ao entregador de pizza, prédios de escritórios e boas escolas. Muitos loteamentos ganharam infra-estrutura, áreas comerciais e industriais e se tornaram auto-suficientes. Por fim, os próprios condomínios se transformaram em um pólo de atração de investimentos para a região em que se instalaram. O pioneiro Alphaville é um bom exemplo desse processo. Criado há quase trinta anos, é o mais próximo do conceito das edge cities americanas. Essas são áreas gigantescas, do tamanho de cidades de pequeno porte e organização similar, com residências, comércio, prédios de escritórios e serviços (
leia mais a respeito). A maioria dos lotes foi vendida logo no início, mas os compradores demoraram para se mudar para lá. Por quase dez anos, o cenário era de poucas casas em meio a grandes terrenos vazios. A construção de residências só ganhou impulso em 1995. Hoje, Alphaville é uma cidade com 40 000 moradores e uma população flutuante diária de 170.000 pessoas (veja quadro). Uma dúzia de empreendimentos similares está sendo construída em vários Estados.
Mudar para os subúrbios continua a ser uma decisão que envolve alto risco de arrependimento. Ao lado do barulho e da confusão, a vida na cidade tem comodidades com as quais o loteamento distante não pode competir. Sobretudo aquele famoso "tudo à mão". Já quem vive longe depende do automóvel para tudo. O trabalho, a escola das crianças e o supermercado podem estar a quilômetros do condomínio. Cinema, teatro e restaurantes, só nas cidades próximas. Isso pesa no bolso. É preciso arcar com a compra, o seguro e a manutenção de pelo menos dois carros. Como as distâncias são longas, a conta do combustível é elevada. Os pedágios também pesam, sobretudo para quem precisa usar a estrada várias vezes por dia. O economista José Carlos Hyde, de 37 anos, e sua mulher, a dentista Ariela Furgang Hyde, de 28 anos, moram na Serra da Cantareira, em São Paulo, a 18 quilômetros do centro comercial mais próximo. "A gente não tem o luxo de sair de casa só para comprar o pão do café da manhã", diz o economista. "Tudo precisa ser planejado. Temos de descer a serra apenas uma vez para abastecer a despensa."
Morar retirado é uma dor de cabeça adicional para quem tem filhos adolescentes. Quando chega aos 15, 16 anos, a maioria quer freqüentar bares e danceterias em áreas mais centrais. Os pais se tornam verdadeiros motoristas particulares dos filhos. Ou então adotam medidas inusitadas, como a de Valéria Martos Moreira, de 37 anos, moradora de um condomínio em Arujá, a 35 quilômetros da capital paulista. Nos fins de semana, seu filho mais velho, de 16 anos, vai de ônibus à danceteria em São Paulo e só retorna na manhã seguinte. "É melhor ele ficar dentro da casa noturna esperando amanhecer do que voltar de madrugada andando sozinho pelos arredores do condomínio", diz ela. Ao completarem 18 anos, os garotos pegam o carro dos pais e enfrentam as rodovias – é um perigo. Em Alphaville, o maior condomínio do Brasil, a ocorrência policial mais freqüente é a colisão de veículos envolvendo jovens. "Muitos dirigem embriagados na rodovia e entram no condomínio na mesma velocidade, causando acidentes", relata Maria Helena Santos, gerente administrativa da associação de moradores.
Os menores não podem dirigir do lado de fora, mas é comum que peguem o carro do pai e disputem corridas pelas ruas internas, que fogem ao controle da polícia. Para tentar amenizar o problema, Alphaville colocou lombadas e aumentou o policiamento ostensivo nas vias que dão acesso às áreas residenciais. O condomínio Reserva Colonial, em Valinhos, iniciou uma campanha para inibir o uso de automóvel por menores de idade. No Aldeia do Vale, em Goiânia, foi implantado um sistema de vans que levam os adolescentes às danceterias no sábado à noite. Quando se tornam adultos, os jovens já não têm vida social dentro dos condomínios. Isso provoca a volta de muitas famílias à cidade. Mulheres que não trabalham e casais maduros também não costumam gostar da vida no subúrbio. "Como os filhos e o marido não param em casa, a esposa acaba ficando sozinha a maior parte do tempo, longe de tudo", esclarece Maria Helena Santos, a líder comunitária de Alphaville. Então, o que antes era vantajoso passa a ser um ônus, já que a família deixa de usufruir os benefícios oferecidos pelo condomínio. As principais desvantagens – a distância dos serviços e do lazer – tendem a diminuir na proporção exata em que mais e mais brasileiros se mudam para os arredores das cidades. Uma migração semelhante ocorreu nos Estados Unidos a partir dos anos 50, e hoje mais da metade da população vive nos subúrbios. Há indícios de que estamos indo pelo mesmo caminho. No mínimo, explorar os arredores é uma solução para descongestionar as grandes cidades brasileiras.

Quem vive fora da cidade depende do automóvel para tudo. A família do corretor Silvio Barros, de 41 anos, mora há um ano e meio à beira da Rodovia Anhangüera, em Valinhos. Todos os dias, ele fica duas horas e meia dentro de um ônibus para ir e voltar do trabalho, no centro de São Paulo. Sua mulher, a esteticista Regina Célia, de 40 anos, usa o carro para deixar o marido na parada de ônibus, levar os dois filhos, Raphael, de 16 anos, e Felipe, de 13, ao colégio, freqüentar a academia de ginástica, fazer supermercado e visitar clientes. Quando eles saem para jantar ou ir ao cinema, rodam até Campinas, que fica a 10 quilômetros do condomínio. Veja o que isso significa em gastos e quilometragem para a família Barros
A CADA DIARegina Célia dirige 65 quilômetros, em médiaSilvio Barros viaja 180 quilômetros de ônibusTotal: 245 quilômetros
POR MÊSRegina roda 1 800 quilômetros e gasta 320 reais em combustívelSilvio viaja 4 000 quilômetros e paga 180 reais em passagensTotal: 5 800 quilômetros 500 reais
POR ANO*Regina roda 15 600 quilômetros e gasta 3 840 reais em combustívelSilvio viaja 43 200 quilômetros, o suficiente para três viagens de ida e volta a Nova York, e gasta 2 160 reais com o ônibus ".

Segurança: certeza ou utopia?


Grande parte das pessoas que vivem em condomínios foram motivadas pela necessidade da segurança, e da idéia de estarem reservadas da violência das grandes cidades.Não se discute a cerca da luta pela ampliação e qualidade da segurança pública.




A reportagem mostra que os condomínios tem sido alvo de assaltos na Zona Oeste de São Paulo, mostrando relato do responsável do sindicato da habitação e de policiais militares.

A segurança torna-se mercadoria a disposição daqueles que podem pagar.No âmbito do Serviço Social, debate-se que a violência é fruto das refrações da "questão social", portando frutos das desiguladades e contradições do modo de produção capoitalista. Neste sentido, morar em condomínios é a resposta para conter a violência ou uma tentativa de fuga?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Aos pouco a cidade vai se fechando, dividindo e distanciando mais as classes sociais.
Se a moda pega!!!!!Em pouco tempo a cidade vai ter mais condomínios do que bairros.Com a nova lei que facilita a criação de Condomínios horizontais (bairros com portaria e única entrada), os bairros tradicionais já se mobilizam para tornar-se um condomínio, construindo suas portarias, estatutos etc.O municipio já tem mais de 20 bairros com portaria e um único acesso, a maioria irregulares, contrariando leis do código de obras, direito de ir e vir do cidadão, alem do constrangimento para quem quer conhecer mais a cidade.Dependendo do local e região, é praticamente impossível este tipo de empreendimento.
NOVA LEI DE REGULAMENTAÇÃO DOS CONDOMÍNIOS GERA POLÊMICA E CHEGA AO MINISTÉRIO PÚBLICO
Condomínios residenciais já têm lei em Lagoa Santa
O que você acha? envie sua opinião

Nome: Rosemary FariaSou moradora do Jardim Ipê e minha opinião sobre o fechamento dos bairros em condominios é a seguinte : É um direito do cidadão conduzir, se assim for uma unânimidade dos moradores, o que é de interesse para o bairro, pois, se o poder público não consegue proteger os cidadãos contra violência e falta de tranquilidade, quem irá solucionar esta questão, se não os próprios cidadãos. Está na hora de união para o combate á violência. Os governantes não estão interessados em resolver o problema e quem tem "pagado o pato" são os cidadãos de bem, que trabalham , pagam impostos, etc, etc.... Portanto se precisarem de apoio para transformarem os bairros em condomínio , contem comigo. Tenho certeza que desta forma estaremos contribuindo para uma maior segurança dos moradores. E a hora de planejar isto é agora , antes que a violência venha a aumentar em Lagoa Santa.Nome: VALÉRIO MÁRCIO BATISTA - 04/04/2007 - Email: valerio@lagoaminas.com.brendereço: Bico do Cascavelcidade: LAGOA SANTAComentarios: Será que os Vereadores de Lagoa Santa sabem que existe esta regra Constitucional?"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (...)XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;... Com certeza, não!A principal origem da violência urbana que vivemos no Brasil é a necessiade da posse, do consumismo. Não posso comprar, mas quero o seu tênis. Se não me der, eu o tomarei a força. Por conta de um tênis se mata ou se morre. Simplista a opção dos moradores dos condomínios: "vamos nos fechar entremuros, que estaremos livres da violência". Se fosse tão simples assim, bastaria construir muros nas fronteiras do Brasil, deixando de fora os pobres marginais... Opa! Mas, onde ficariam os ricos marginais? Ah! eles não são violentos, pois, não roubam tênis. Pera ai?! Só os pobres são violentos? Tenho convicção que não. É, dá para se notar que os Vereadores de Lagoa Santa não entendem nada de JUSTIÇA e SOCIEDADE.Nome: Projeto Renascer - 28/03/2007 - andre2904@comcast.netcomentarios: A construção de condomínios fechados é a resposta encontrada pelas empresas e moradores para lidar com a violência. Essa "moda" só não pegará se o governo investir pesaso em segurança, educação e criação de empregos, tornando desnecessário o investimento em muros, portarias, porteiros, etc. Enquanto essa realidade não mudar, os condomínios fechados continuarão surgindo, não só em Lagoa Santa, mas em todas as regiões consideradas atraentes pelas classes A, B e até mesmo C.Criando "penitenciárias ao contrário" onde os criminosos ficam soltos e as pessoas de bem presas em seus condomínios. Triste realidade.Nome: Jorje Andrade - 27/03/2007 - jorggeandrade@yahoo.com.brcomentarios: Fechamento do bairro Praia Angelica. Para tornar-se condominio Praia Angelica. O prazo estaa cabando, precisamos de 70% de adesão.Nome: JOÃO CARLOS - 14/03/2007 - Email: clnp2003@yahoo.com.brcidade: LAGOA SANTAComentarios: Condomínio - Recanto do Poeta!!! Gostaria de informar ao Ricardo Luiz Alves Franca, que osmoradores do Recanto do Poeta não irão passar a controlar a lagoa, pois a mesmafaz divisa com o Bairro Santos Dumont, local que podera ser utilizado pelosbanhistas, e marginais, mesmo com o fechamento do bairro.Nome:Ricardo Luiz Alves França - 12/03/2007 rfranca1@ig.com.br Comentarios: Condomínio - Recanto do Poeta!!!Srs, Pela saudável polemica em torno do fechamento do condomínio Recanto do Poeta neste site tenho a seguinte opinião: É legítima a luta dos moradores deste condomínio no fechamento do bairro, porém não podem acontecer exageros. A Lagoa Olhos D´agua é um patrimônio da cidade e não é correto que um seleto grupo passe a controlar a mesma. O argumento de marginais na orla da lagoa é verdadeira, mas não seria muito mais prático e produtivo a cobrança das autoridades competentes de uma solução para o problema? O que parece é que é mais comodo usar este fato como uma desculpa para a monopolização da lagoa. Tenho contato com um bom número de pessoas humildes de Lagoa Santa e todos estão determinados a lutar para impedir este fechamento. Se o que as pessoas deste condomínio querem é mais segurança, que fechem o local e deixem de fora a lagoa. Com certeza a polemica acabará.
Nome: BERNARDO - 07/03/2007 - endereço: cidade: Lagoa SantaComentarios: Condomínio - Recanto do Poeta!!!Que drama o Francisco Rubió esta fazendo com a possibilidade do bairro Recanto do Poeta virar Condominio fechado. Preciso informa-lo que o trânsito caótico em Lagoa Santa, termina após o sinal. Quando chegar no bairro Ovideo Guerra, basta seguir a Av principal que da no sinal (sem trânsito) o tempo que ele gastará para chegar ao Posto São Paulo (local que ele chega passando pelo Recanto do Poeta vai ser o mesmo se não for mais rápido). O bairro Recanto do Poeta Precisa ser fechado o mais rápido possivel, não da pra ficar aguentando marginais nadando pelados e utilizando drogas na Lagoa Olhos D'Água (um desrespeito, não so com quem mora no bairro mas com todos que o frequentam).Nome: Francisco Rubió - 27/02/2007 - franrubio@hotmail.comentarios: condomínio Recanto do Poeta!!! Atualmente moro no bairro Moradas da Lapinha. Anteriormente morei no bairro Ouvídio Guerra durante 14 anos com meus pais enquanto solteira. Não tenho nada contra condomínios...quando planejados para tal. Trabalho no Aeroporto Internacional Tancredo Neves há 11anos e aos domingos à tarde e principalmente finais de feriado prolongado, para que não tenha que sair de casa com 2horas de antecedência ao horário de entrar no trabalho, passo pelo bairros Promissão, Ouvídio Guerra, Recanto do Poeta e finalmente Jardim Ipê, evitando assim o trânsito Caótico em que encontramos nossa cidade em determinadas datas. Talvez seja um direito adquirido sim aos moradores do bairros Recanto do Poeta tranforma-lo em condomínio, mas acho que antes disso deveria-se ampliar a pista da entrada de cidade para que os moradores não passassem pelo que passamos para simplesmente trabalhar...que bom que tenho o privilégio de me desviar das avenidas principais utilizando meio próprio de transporte. Só o que a população "pobre trabalhadora" da cidade pede é condições para transitar na cidade já que as opções estão se esgotando, a não ser que alguém esteja disposto a nos indenizar para que possamos abandonar a cidade, e assim deixa-la para os "ricos e poderosos".Conne - Contabilidade e Auditoria ltda. - 12/02/2007 - conne@conne.com.brTenho que concordar com algumas afirmações do Sr. Paulo morador do Recanto quanto à intranquilidade de nosso bairro com a passagem de carros e transeuntes. Mas isso é um direito de todos. Não se pode toler um direito de todos em benefício de poucos abastados.Não podemos concordar com a privatização daquilo que é público: a passagem livre a quaisquer ruas da cidade mantidas com os impostos pagos por todos. Algo semelhante já aconteceu em BH no bairro Mangabeiras (De gente abastada), mas foi devolvido na via judicial o acesso amplo e irrestrito ao bairro à população.Parece que ele está acreditando também que aquela lagoa pertence ao condomínio Recanto do Poeta e não podeia ser visitada por populares, na maioria crianças que não acesso ao lazer. Não é assim. Talvez se existisse um número menor de pesseas que pensam como esse senhor, nossa cidade, nosso Estado e nosso país fosse um pouco melhor para se viver, pois o egoísmo encrudelece o ser humano.
Nome: Paulo Boschi - 12/02/2007 - pauloboschi@terra.com.br - MS: 2121-6839 Residência: 3681-6859 - Celular: 9159-1202Comentarios: condomínios!!! Se o poder público não da conta da Violência temos que fazer a nossa parte,não queremos fechar os olhos para a cidade, mas sim continuar a morar nela,não se esqueça que Lagoa Santa hoje é movida financeiramente, por pessoasestão vindo morar. Deixamos boa parte de nossos recursos em Lagoa Santa, no meu casoespecificamente, só não ponho gasolina, pois o cartel é muito forte. Geraremos empregos com o fechamento e alem de tudo pagaremos por isso. Os direitos serão preservados, sempre que o Sr. quiser visitar o RECANTO DO POETA, será bem vindo, porém terá apenas que se identificar.
Nome: Conne - Contabilidade & Auditoria - 12/02/2007 - conne@conne.com.brComentarios: Condominios!!! Há violência em TODOS os bairros e não só no Recanto que quer se fechar e fechar os olhos para o resto da cidade, fechando-se no egoísmo e no atropelo ao direito de todos. Uma lei boa não necessariamente é uma lei justa.
Meu nome é Paulo Boschi e sou morador do Recanto do Poeta e ConselheiroFiscal da Amore.
Infelizmente não posso concordar com o Sr. Sérgio Luiz de Faria, que, pornão ser morador do Recanto do Poeta,não sabe do que está falando e por isso resolvi tecer os comentários abaixo:
1o. O Recanto do Poeta ha 6 anos era todo fechado não tendo comunicação comos bairros citados pelo Sr. Sérgio,talvez ele não tivesse esta informação.
2o. Que os moradores do IPÊ que fazem divisa com o Recanto, também nãoagüentam a passagem excessiva etranseuntes, que perturbam a paz do Bairro.
3o. Quanto a LIMPEZA, de ruas e da PRAÇA do Recanto do Poeta, o Sr. Sérgioestá redondamente equivocado, pois toda a limpeza do bairro inclusive capina de ruas e Praças, bemcomo a pintura do meio-fio, são feitos por funcionários da AMORE, que paga todos os encargos necessários.
4o. Com o Fechamento, passaremos a gerar mais 10 EMPREGOS DIRETOS.
5o. Quanto a TAXA CONDOMINIAL esta deve ser tratada em nosso regulamentointerno, aprovado pela maioria dosmoradores.
Com tudo isso, gostaríamos de convidar o SR. Sérgio, bem como a diretoriadeste Site, para nos visitar, e tambémpara comprovar o índice de marginalidade que está virando o nosso bairro,com pessoas fazendo uso de Drogas e Entorpecentes, à luz do dia, desmanche de automóveis roubados, etc.
Gostaria de perguntar ao Sr. Sérgio, que só está preocupado com a suapassagem para o Centro, se ele gostaria dever seus familiares expostos a freqüentadores inescrupulosos que nadam naLAGOA OLHOS D'ÁGUA, nus e fazendo gestos obscenos para os moradores que ali transitam a pé, chegando a seremperseguidos por estes marginais. Obviamenteque com as aberturas, eles também poderão passar para o Bairro IPÊ, paramolestar seus moradores.
Pedimos que sejam ratificadas as inverdades ditas neste site sobre o Recantodo Poeta e se alguém quiser saber mais sobre nosso bairro, que nos procure na SEDE da AMORE, Av. Palmeiras no. 60.
Gostaríamos também que quem quiser maiores explicações do nosso bairro, quenos procurasse.
Atenciosamente,
Paulo BoschiMS: 2121-6839Residência: 3681-6859Celular: 9159-1202pauloboschi@terra.com.br - 12/02/2007
Em resposta sobre a matéria do surgimento cada dia maior de condomínios, coloco aqui minha posição de que onde isto é possível deve ser feito.A falta de verbas do governo para suprir a deficiência da segurança pública faz com que grupos de moradores se fechem em condomínios para sua própria proteção.Quando se criam os condomínios, criam-se reciprocamente regulamentos internos e taxas para manutenção do condomínio.Os regulamentos acabam por cobrar a ordem, a limpeza, o controle da velocidade dos veículos, comportamentos estes que fora de um condomínio ninguem consegue exigir, nem mesmo a lei.No caso das taxas de condomínio, elas existem para manter as ruas, pagar pelo serviço de segurança, controlando o acesso de quem entrar e sai de um condomínio evitando assim assaltos e outras ações dos marginais.Esta segurança implantada nos condomínios acaba por aliviar a carga dos policiais do município que somente comparecem nestes locais nas últimas consequências ficando livres para melhor fiscalização do resto da cidade. Carla B.A.BouçasMoradora do Jacques Ville.
SUPERVISORA ADM - FINANC.GAISSLER & SOLONFone: (31) 3273-1001Mailto:carla@gaissleresolon.com.br
Estão aprovados, também por Lei Federal, os denominados Condomínios Urbanísticos, que aqui em Lagoa Santa são chamados de Condomínios Horizontais. Acredito na necessidade de regularização dos empreendimentos que foram implantados com base nesta estrutura: cercados, respeitando os critérios mínimos determinados para áreas verdes e dispondo de portaria única! quanto a cercar bairros que já existem como bairros do Município, discordo. A menos que se tenha unanimidade do aceite entre os moradores que participarão do possível futuro Condomínio.Maria de Fátima G. Gouvêa - engenheira civil e sanitarista - COPASA MG
Concordo plenamente com a opinião do Sr José Antonio, desde que tais loteamentos tenham sido assim originariamente constituidos, acho que a cidade só tem a ganhar, pois, tal vocação natural trouxe crescimento e muitas vantagens, agregando hábitos, investimentos, empregos, receita e empreendedorismo por parte daqueles que escolheram, justamente por esta característica, adotar Lagoa Santa com "lar". Originariamente constituidos de propriedades singulares, os "loteamentos", desde que constituidos como condomínios horizontais, de forma alguma interfere no direito de ir e vir, muito pelo contrário, transforma um latifúndio em uma área de utilidade social.Parabenizo o site pelo espaço destinado a debate isento e útil a nossacomunidade.
Humberto Diniz1bertodiniz@bol.com.br
Sou a favor de Condominios horizontais .,desde que o mesmo ja tenha sido estruturado para a modalidade de condomínio horizontal , como por exemplo tenho terreno do Condomínio Quintas da Lagoa e o mesmo já foi estruturado para ter portarias , sendo ainda constituido de Área verde da proporção exigida por lei. Já bairros dentro da cidade que não tiveram esta estruturação não vejo o porque de colocarem portarias . AbraçosJose Antoniojoseantoniobatavo@yahoo.com.brfone : (31) 92963226
Sou morador do Bairro Jardim Ipê II em Lagoa Santa. Tenho visto uma manifestação de pessoas colhendo assinaturas em um abaixo assinado (eu mesmo já o assinei e concordo), para tentar impedir o Bairro Recanto do Poeta (vizinho ao meu), que, através de sua associação de moradores a AMORE, tem a intenção de "fechar" aquele bairro na forma de condomínio, de acordo com uma nova lei municipal que viabilizou os chamados "Condomínios Horizontais".Bem, o fechamento do bairro Recanto do Poeta irá interromper a passagem de moradores de outros bairros vizinhos, cuja ligação com o centro da cidade e com o B. Ovídio guerra, por exemplo, ficaria possível somente através da avenida Acadêmico, muito movimentada. Em caso de um bloqueio da Av. Acadêmicos Nilo Figueiredo, estaríamos sem saída em nosso bairro e em outros próximos.Portanto, diante disso sugiro-lhes, quem sabe, fazer um trabalho ou reportagem sobre o assunto em sua página, pois o tema é bastante polêmico. Podem iniciar, por exemplo, procurando os representantes da AMORE e da Associação de Moradores do Bairro Jardim Ipê. Sei que existem algumas pessoas moradoras no próprio Bairro Recanto do Poeta, que não concordam com o seu fechamento em condomínio horizontal em virtude do aumento de despesas condominiais, pois teriam de assumir a manutenção das ruas e praças, o que hoje é feito pela Prefeitura, não estou certo?Espero que tenham um bom trabalho.Grato,SÉRGIO LUIS DE FARIAContador/AdvogadoCONNE - Contabilidade & Auditoria Ltda.www.conne.com.brconne@conne.com.brTel.:(31) 3273-3666
Veja o que ja foi publicado -, EDIFÍCIOS ALTOS E LOTEAMENTOS IRREGULARES NÃO É SINAL DE PROGRESSO.31/01/2007
www.lagoasanta.com.br - revista virtual da cidade